O telefone e a pulga
Luciane está na casa do seu namorado, mais precisamente namorando no sofá da sala.Quando o telefone toca (trim, trim, trim.) e ele atende.
Namorado: - Alo!
Namorado:: - Oi tudo bem?
Namorado: - Quanto tempo hein?
Luciane pensa consigo mesma: - ...Quem será?
Namorado: - Comigo está tudo bem, tranqüilo, há, há, há.
Namorado: - Como estão as coisas?
Depois de cinco minutos de conversa, Luciane começa a se incomodar e os pensamentos vão mais longe, a cada frase ouvida, ela tenta com sua mente contextualizar o que ouve.
Namorado: - Vamos sim, ta combinado.
Luciane: -...Bobagem minha deve ser um dos amigos dele.
Namorado: - Ta tudo tranqüilo.
Namorado: há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há.
Luciane: - ...Deve ser o João, ou o Henrique! Sei lá! Deixa pra lá!
Namorado: Sei sim...
Namorado: - Não, não da para falar agora!!!
Luciane que já estava se roendo de curiosidade, seu ID estava latente querendo saber o que está acontecendo e seu Superego reprimindo-a, dando a seguinte ordem: LARGA DE SER CURIOSA! Não consegue mais conter seus pensamentos e começa a formular grande teses a cada frase ouvida.
Namorado: Porque não! há, há há...
Luciane: - ...Será que não da para ele falar porque estou aqui?
Luciane: - ...Ele podia se tocar que estou aqui e desligar, me livrava deste tormento.
Luciane: - ... Não isto já é demais da minha parte, estou querendo o que? Controlar as ligações, besteira minha.
Namorado: há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há.
Luciane: -...Qual é a piada que quero rir também!
Namorado: há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há.
Luciane a cada gargalhada de seu namorado fica mais irritada, e cheia de curiosidade, querendo saber quem está do outro lado da linha.
Namorado: Sei!... há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há.
Namorado: - Você sabe por que não da para falar agora?
Luciane: - ...Besteira minha nada, se não da para falar porque eu estou aqui, é só pedi que saio, o que não da é para ele ficar ai no telefone falando deixando claro que não quer eu saiba qual é o assunto.
Luciane: - ...Ainda fala com a maior naturalidade: “QUE NÃO DA PARA FALAR AGORA”, só faltou falar que era porque eu estou aqui.
Namorado: - Não, não, não. Amanhã eu te falo.
Luciane: - ...Amanhã eu não to aqui né! Sem vergonha, ta muito estranho este papo.
Namorado: - Porque não da...
Namorado: - Você sabe né, há, há, há...
Luciane: - Ta dando a dica para anta que está do outro lado, que estou aqui e a anta não se manca.
Namorado: - Não da para falar agora.
Namorado: - Porque não! pensa! Você sabe porque!
Luciane: - ...Quer que eu fale que estou aqui, eu falo, me da o telefone. Já que esta anta que você está falando não percebe as indiretas que você deu para ela.
Namorado: - Para! Não é isso.
Namorado: há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há, há.
Namorado: - Amanhã eu te falo. Hoje não da.
Luciane que já não agüenta mais de tanta curiosidade ( tendo seu ID como vencedor da batalha que travou com o Superego), levanta-se do sofá e começa a andar irritada pela casa, para demonstrar seu descontentamento.
Namorado: - Deixa para amanhã hoje não da.
Luciane vai até a cozinha, vai até o banheiro tentando não ouvir o que está sendo falado pelo namorado, tendo já plena certeza de que ela é o empecilho para o desenrolar da conversa. Não agüenta de tanta curiosidade e volta para seu posto no sofá, não menos imaginativa.
Namorado: - A gente conversa amanhã, é melhor.
Luciane: - Quando ele desligar vai ter que me dar explicações, que história é está, acha que sou boba.
Namorado: - Hoje realmente não da, amanhã conversamos.
Namorado: - Beijos, tchau, até amanhã.
Luciane: - ...Quem será? Não, para com isso Luciane, deixe de ser curiosa, não tem com o que se preocupar.
O namorado de Luciane desliga o telefone e se volta para ela e diz:
Namorado: - Ta tudo bem querida?
Luciane respira fundo(seu Superego ressuscita como uma fênix e coloca o ID em seu lugar), Luciane responde:
Luciane: - Esta tudo bem, amorzinho...
Será? Fica-nos a pergunta!